Adriano Lobão Aragão | Era para ser um editorial, mas acabou se transformando numa conversa. Melhor assim. Não somos afeitos a maiores formalismos. E quando, por telefone, numa tarde de domingo, conversei com o Ricardo Leão sobre a possibilidade de editarmos uma revista literária, a única certeza que eu tinha era a de que deveríamos convidar a Clarissa Macedo.
Clarissa Macedo | Sim, uma conversa. Pois embora sejamos, de distintas formas, ligados à Academia, puxamos o melhor dela sem deitarmos sobre o véu do protocolo. À parte isso, tenho em mim todo o derretimento do mundo, pois admiro e tenho afeto por ti, Adriano, e pelo poeta da voz mais imponente do Brasil: Ricardo Leão, então saber dessa certeza de ter que ser eu me deixa feliz. Há uns dez anos quero fazer uma revista literária, mas não achava a parceria ideal. Agora, ela chegou.
Adriano Lobão Aragão | De certa forma, Bangüê também surge como uma homenagem ao saudoso e querido amigo Carvalho Junior, que certamente estaria conosco neste projeto. Agregador nato, foi através dele que eu, Clarissa Macedo e Ricardo Leão nos conhecemos.
Clarissa Macedo | Sem dúvida. Carvalho se tornou um irmão de vida e poesia para mim, querido por todos que o conheceram. Nada mais justo do que homenagear poeta e obra num expediente que se volta à literatura do norte e nordeste do Brasil e à negra e indígena de todo o território nacional e por vezes, por que não?, o latino-americano, parentes que somos.
Ricardo Leão | Já podemos divulgar? rsrsrs…
Clarissa Macedo | NÃO kkkk. Tem que ter o editorial, aí fazemos uma live e lançamos.
Adriano Lobão Aragão | Eu acho que essa pode ser uma conversa contínua, pois novos temas e ideias sempre vão aparecer. Inclusive perguntas e participações de leitores e convidados.