2 poemas de KÁTIA BORGES

para mim
ainda ontem era estrada,
sem placas indicando onde,
sem hotéis, camas confortáveis.

ainda ontem era margem,
polegar estendido no escuro,
esperando pela passagem
ao que seria o futuro.

talvez pequena cidade
que acende dentro da noite,
como alguém abre os braços
e nos estreitamos dentro,

como uma casa que acolhe,
quando de esguelha nos olha,
jogando a chave lá fora,
dizendo em silêncio entre.

 

 


que Saara nos dirá
se há verdades?
entre Macondo e Pasárgada,
duas cidades.

como pontos que no mapa
erguem miragens,
como opostos que do não,
no epicentro do vulcão,
forjam paisagens.

como pontas dum lençol
no vendaval
que jamais se encontrarão,
como ases num baralho
fogem às mãos.

entre Bauci e Santa Fé,
duas cidades,
e cidades são miragens
do são.

 

 

Kátia Borges é autora dos livros De volta à caixa de abelhas (As letras da Bahia, 2002), Uma balada para Janis (P55, 2009), Ticket Zen (Escrituras, 2010), Escorpião Amarelo (P55, 2012), São Selvagem (P55, 2014), O exercício da distração (Penalux, 2017), A teoria da felicidade (Patuá, 2020), Tudo será daqui pra frente (Patuá, 2022) e Dias amenos (Organismo/Segundo Selo, 2023). Teve alguns de seus poemas incluídos nas coletâneas Roteiro da Poesia Brasileira, anos 2000 (Global, 2009), Traversée d’Océans – Voix poétiques de Bretagne et de Bahia (Éditions Lanore, 2012), Autores Baianos, um Panorama (P55, 2013) e na Mini-Anthology of Brazilian Poetry (Placitas: Malpais Rewiew, 2013).

2 poemas de ADRI ALEIXO

AS PEQUENAS CASAS DA VILA

Na vida é preciso envergadura
o poema procura a moça
como o sol procura aquela casa
na vida, a gente é casa
e é preciso acabar-se
só e sólido
antes da partida

SERRA DA BOCAINA

É véspera de Natal
e pergunto se posso acreditar
na esperança discreta

É bem alto, Senhor
o monte
este trecho da Serra do Mar
um vale
em que se preservam araucárias

estás sob a luz de uma paineira
tua mão inunda o poema
como quando inunda minhas pernas

O amor deu a volta ao mundo
chamando-me aos caminhos para o alto
colou meu nome à tua boca

Deve ser assim o que renasce
enorme
entre três mundos

Adri Aleixo, nascida em Conselheiro Lafaiete(MG), residente em Belo Horizonte(MG), publicou Des.caminhos (2014) e Pés (2016), ambos pela editora Patuá. Em 2019, publicou Das muitas formas de dizer o tempo, pela editora Ramalhete. É professora de Linguagens e doutoranda em Literatura pelo CEFET-MG. Poemas da autora podem ser encontrados em vários sites e revistas literárias.

2 poemas de GLÓRIA SOFIA

MÃOS

As minhas mãos são espinhos
São pétalas da azorina com lascas
De cristais
As minhas mãos são reinos renegados
Pelo orgulho de mãe, fervem a pintura
Debaixo da pele
As minhas mãos incrêem em sangue
O líquido
Que me calcina as artérias
E amortece o som da união
As minhas mãos renunciam a sepultura dos irmãos
São as mãos que desejam
Que o seu cadáver apodrece
No sepulcro dos forasteiros
Esses estranhos que não
Resgatam a injustiça
As minhas mãos atulhadas com os anjos
Partidas sem conserto
Ainda queres as minhas mãos?!

 

SOU MALDITA

Fui uma bebé presa nas entranhas
Entranhas com paredes de orgulho
Sonhando com o depois das montanhas
Fui a criança presa num sorriso
Um sorriso monstruoso de ilusão
Amando com mágoa a sua prisão

Fui uma adolescente presa pelos sonhos
Sonhos triturados pelos teus pés risonhos
Vivendo idolatrada pelo delírio da entrega
Fui uma mãe presa pela melancolia
De gerar crianças mortas de nostalgia
E parir monstros de palavras

 

Glória Sofia (Cabo Verde, 1985). Poeta. Autora de cinco livros, distinguida com o Prémio Unión Mundial de Poetas por la Paz Y la Libertad (UMPPL). Além de poeta, ela é formada em Engenharia e Gestão do Ambiente. Atualmente reside na Holanda, de onde nos escreveu enviando seus poemas. A autora também tem marcado presença no Festival Internacional de Poesia, evento que já a levou até à Roménia (2016), Turquia (2017) e Macedônia/Albânia (2018). Nascida na cidade da Praia, “no dia dedicado ao amor e aos
enamorados”, Glória conta que é fascinada pela escrita desde a infância.

ÁFRICA-MÃE

 

ELIO FERREIRA

1

África-Mãe do primeiro AMOR,
África-Mãe do primeiro DEUS,
África-Mãe da primeira MULHER,
África-Mãe do primeiro HOMEM,
África-Mãe de todos os POVOS,
África-Mãe da RAÇA HUMANA.

O meu avô e a minha avó
viviam felizes na África:
ele era o rei,
ela era a rainha,
um outro súdito.
Um era sacerdote e curandeiro,
o outro guerreiro.

O meu avô e a minha avó
viviam felizes na África:
um era cirurgião, o outro inventor
e ferreiro,
um outro poeta, cantor
e alabê.

O meu avô e a minha avó
viviam felizes na África:
um era mineiro, o outro babalorixá,
um outro alufá.
Um era lavrador e vaqueiro,
o outro oleiro.

O meu avô e a minha avó
viviam felizes na África:
uma era professora, a outra flandreira,
uma outra costureira.
Uma era rendeira, a outra doméstica
e comerciante.

O meu avô e a minha avó
viviam felizes na África:
um era marinheiro, o outro advogado
e historiador.
Um era carpinteiro e pedreiro,
o outro construtor.

O meu avô e a minha avó
construíram as Américas,
O meu avô e a minha avó
construíram o Brasil.

2

O meu avô e a minha avó
foram escravizados na Europa,
e a Europa ficou rica,
e os ricos da Europa ficaram + ricos.

O meu avô e a minha avó
foram escravizados nas Américas,
e os colonos das Américas ficaram ricos,
e os filhos,
e os netos,
e os tataranetos
dos colonos ricos das Américas ficaram + ricos
+ podres-de-rico
+ podres.

O meu avô e a minha avó
construíram as Américas,
o meu avô e a minha avó

construíram o Brasil.

 

Elio Ferreira (Floriano, PI, 1955 – Teresina, PI, 2024) Poeta, capoerista e rapper. B.Boy do Movimento Hip-Hop no Piauí. Professor de literatura na Universidade Estadual do Piauí. Publicou, dentre outros,  Canto sem viola (1983); Poemartelos (1986); O contra-lei (1994).

 

2 poemas de LAU SIQUEIRA

JÁ NÃO HÁ PAREDES MIGRANDO NA TUA
AUSÊNCIA…

Quando arranquei
teus olhos da parede
perdi as unhas.

Perdi o olfato
arranhando memórias
.        ……    .do teu cheiro.

Perdi a pele dos dedos
e senti os ossos raspando
as janelas do desencanto.

Já havia perdido a razão
exata de todas as certezas.

Era dor, mas
também libertação.

O cerco do teu olhar
vigiava a minha sede.

Dedos sem carne
alguma. Coração
fugindo pela boca.

‘Coloquei teus olhos
sobre a mesa e decidi
guardá-los na distância.

Não furei as pálpebras
nem salguei a íris.

Deixei as lágrimas
secando na sombra
solene dos dias…

Mirei de frente aquele
imenso desapego.

Fiquei só.

Sem unhas, sem a pele
descarnada dos dedos.

Falanges esquecidas
sem o sangue apodrecido
da despedida.

OS ERÊS DE GAZA

As crianças de Gaza
não brincam mais.

Não comem mais.
Não dormem mais.

Vivem no martírio
da próxima explosão.

Quem sabe os passos
de um soldado com
olhos de extermínio.

Um rio de sangue
corta o deserto,
singrando lágrimas
mediterrâneas…

Há um silêncio
de morte que
o mundo não
escuta.

LAU SIQUEIRA nasceu em Jaguarão, no Rio Grande do Sul e reside há décadas na Paraíba. Publicou dez livros de poemas e participou de diversas antologias no Brasil e no exterior. Possui diversas parcerias musicais e é autor juntamente com o músico e amigo Paulo Ró do álbum Quarta Capa. Escreve sobre arte, cultura e literatura em portais, jornais e revistas.

2 poemas de SÍLVIA SAES

A FLORICULTURA

a porta abre para o ar condicionado de uma galeria com folhagens
e flores ordenadas em estantes de vidro dos dois lados

aquele não-sei-quê que sempre se busca, aquele vivo frescor
das flores, ali não deixou rastro

na floricultura nada se mexe ondeia ou esvoaça, tudo jaz em
cor estagnada

ao fundo atrás da bancada de xaxins e buquês embalados,
o dono da loja completa o quadro:

luz fria sobre as faces pálidas, seu corpo é vulto extenuado no
chumaço de um tempo sombrio

não é dia nem noite, na floricultura tudo mergulha em
comprida madrugada

as rosas exalam a fragrância dos velórios

o dono da floricultura, insepulto das horas, planeja enterrar-se
nas pétalas antes da aurora

GOTAS

colecionarei gotas
fixarei seu mágico e rotundo brilho
quando não cabem mais em si
tão preenchidas de si mesmas
no indevassável núcleo
onde sorvem o vácuo
em vertiginoso giro
antes de escorrerem pelo vidro embaçado do box
gotas infensas ao fio das facas
saboreio o nome: gota
e penso nas espécies de gotas
de chuva, de suor, de sangue
de orvalho sobre as gotas de lágrimas
gotas do tempo no soro do conta-gotas
inesperados declives na curva
dos lábios
a menor parte da gota é gota
uma gota abraça todas as outras dentro dela
cada gota é uma boca
cada instante uma face
quantas bocas falam pela sua boca
quantas pernas andam pelas suas pernas
quantos olhos veem pelos seus olhos
e você some em espiral profunda
antes que eu alcance a pergunta
que suas mãos me fazem
colecionarei gotas
antes que partam as embarcações
sob a chuva fina
o que me ocupa tem asas
o que me ocupa tem pés
o meu corpo tem um corpo
que não cabe
tenho mãos que agem
dentro das mãos
quantas mãos se escondem nas asas
os peixes saltam das margens
das gotas
quantos bichos estão na minha carne
quantos nela esperam ofegantes
o próximo salto
quantos corpos no meu corpo
quanto do meu corpo no seu
pássaros inquietos percorrem
meu sangue
quantas gotas de mel
abrem as comportas
do seu nome


Sílvia Faustino de Assis Saes é professora de Filosofia na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal da Bahia (FFCH-UFBA), autora de livros e artigos sobre Filosofia da Linguagem e Estética. Notas totais sobre partículas é o seu primeiro livro de poesia.

2 poemas de SAMUEL MARINHO

OBSOLESCÊNCIA PROGRAMADA

escrevo no meu caderno
só pra tatear a página ao lado
o destino de todo moderno
é ser ultra
passado

HIERÓGLIFOS DO FUTURO

A forma das cidades muda mais rápido,
bem mais, que um coração mortal
Baudelaire, “O Cisne”

eis aqui
gravado em alguma parte
a primeira metade da arte
o transitório
o contingente
o ilusório
a efêmera
ultramodernidade
(o que para alguns seria
mero objeto de descarte)

a outra metade
a meta da arte
o imutável
o absoluto
o infindável
a glória
a encantar-te
não caberia sequer
no segundo encarte

é desde a antiguidade
uma questão
de vida ou morte

luta corporal incessante
de reter o poético no histórico
de extrair o perene do instante

o que os antigos modernos
chamariam de eternidade

Samuel Marinho (São Luís/MA, 1979) é poeta, autor dos livros Pequenos poemas sobre
grandes amores (2002), Poemas in outdoors (2018), Poemas de última geração
(2019, finalista do Prêmio Jabuti de 2020), Fotografias para perfis fakes (2021) e
Antiquário Moderno (2023). Os poemas selecionados são do livro Antiquário Moderno (Penalux, 2023).

2 poemas de HERMES COÊLHO

.

não houve resgate quando fui violado
as escaras da alma não pude curar
deixei-me deitar no campo de sonhos
refugiei-me neles sequei o pranto
cipó que usei para me salvar
a cada quimera desfeita eu descia um pouco
rumo à floresta densa pavores turvos
e descobri um novo mundo
no meio da fauna e flora multicolor
vivi amores calei rumores me permiti
dancei com indígenas nus na aldeia
fiz amor com botos sob a lua cheia
transformei minha dor em frenesi

a seca da cidade é meu lençol
envolve a pele em ondas
cicatriza as feridas da labuta
e dos esforços ocos dos dias
aceito o açoite do cerrado
deixo meu corpo marcado
alma vagando vazia

Hermes Coêlho nasceu em Teresina, Piauí, em 1977. Reporter e editor da TV Senado, em Brasília. Autor de Nu (poemas, 2002) e Violado (2023, poemas). Os poemas aqui publicados fazem parte do livro Violado (Editora Patuá).

MAU PRESSÁGIO

VANESSA TEODORO TRAJANO

Manoela era uma daquelas jovens mulheres cuja tristeza funcionava como uma espécie de adereço, capaz de sorver a atenção alheia feito entidade ou qualquer figura que o valha. Chegava a ser alucinógena.

Para além desse detalhe, ela tinha – talvez seja impossível nominar com fidelidade – um sestro ou mania de escandalizar-se sempre que via alguém descascar o esmalte com as unhas. Um dia, acertou-me uma palmada ao ver que me dava a esse prazer, e perdi a coragem de confrontá-la, pois a bonita se pôs a choramingar logo em seguida – aí eu quem derreti vendo-a em tal estado. Ela se liquefazia e ainda assim permanecia intacta.

Devia haver algum motivo especial, porém evitei descobrir – vai que desencantava? Às vezes, o melhor remédio para o amor é desconhecer.

E ela era tão afeita à sua vazão submersa, que eu só quis encostar na sombra e usufruir, sem fazer alarido. Nem tudo era ruim. Estávamos entregues, desde os últimos meses até sabe-se lá quando.

Por isso, propus somarmos as dívidas e a rotina e partimos para um modesto apartamento pertinho da praia. Durante a mudança, perdemos coisas e quebramos outras, no entanto nada reteve mais a minha atenção do que aquele recorte de jornal, cuidadosamente enfiado na fundura de uma caixinha de lembranças, as quais nunca compartilhou comigo, fosse por egoísmo ou individualismo cruel; nele o seu rosto atravessava o choque que havia sido a perda da mãe, num acidente de ônibus. Dele foi sobrevivente, a contragosto, dado os olhinhos apartados da alma. No texto, uma pequena entrevista com o milagre da vez: o que fez o motorista perder o controle? Manoela não sabia: descascava as unhas no exato momento da tragédia.

Tive o cuidado de recolocar o artefato em seu devido lugar, e se ela se escafedesse se soubesse que eu sabia? Se eu mesma agora quisesse sumir? Antes a penumbra a qual estava habituada, o amor é insustentável na ausência de um segredo.

A vida foi passando e tentei boicotá-la, amor, as suas unhas precisam de um retoque, e me metia a descamá-las, embora levasse um tabefe, como tinha a audácia de desobedecê-la em seu trauma inexplicável-agora-compreensível? Municiada pelas minhas investigações, busquei arrancar dela o porquê de tamanha reatividade. Aquela mulher se desmontou inteira, então me vi obrigada a me conformar com mais uma desculpa mal contada e ficamos “de bem”.

A saída para a teima sem fim era cultivar um pequeno ato de rebeldia conjugal na sua ausência. Acontece é que, numa dessas, depois de arrancar com perfeição a tintura, bateram à minha porta dois policiais com certo ar de consternação.

Longe de desconfiar de imediato a desgraça que me traziam, perguntei o que queriam, e me disseram, sem muito rodeio, a Manoela foi atropelada a algumas quadras de casa. É óbvio que a minha intenção primeira foi saber para qual hospital levaram-na, coitada, devia estar precisando de mim, e eles se entreolharam, dessa vez hesitantes e talvez sensíveis demais para a farda: ela está morta, senhora. Lamento.

Arregalei os olhos e, depois de alguns instantes que não saberei mensurar, avistei a cabeça dos dedos completamente limpos. Lembrei de perguntar: se matou ou morreu?

É certo que estranharam a questão, por que a colocava à mesa numa hora daquelas, em que eu deveria, como boa esposa, desmaiar e estrangular as pálpebras, mas, de repente, a iminência de um presságio pareceu-me mais urgente – eu teria o resto da vida para chorar a morte dela.

Não sabemos ainda, responderam. Nos acompanhe, por favor.

Vou tomar uma água primeiro. Um momento.

Eles me deram o tempo necessário, aprovei a conduta. Pelo menos não eram uns brutamontes. Daí pensei que, se ela estivesse aqui, jamais me permitiria ter cedido à vertigem do hábito. Pensei também que seria apropriado ir com as unhas bem tingidas, antes que me tomassem como suspeita.

Vanessa Teodoro Trajano, apesar de nascida na Terra do Sol do Equador e residente no coração do Brasil, é pertencente a todos e a lugar nenhum ao mesmo tempo. Cidadã do mundo, atravessa a vida melhorando os textos alheios e contando as próprias histórias – seja na literatura, com Mulheres Incomuns (2012), Poemas Proibidos (2014), Doralice (2015), Ela não é mulher pra casar (2019 – Finalista do Prêmio Guarulhos de São Paulo na categoria Livro do Ano) e Supermulher e outras performances poéticas (2020 – Ebook pandêmico), seja no cinema, com o Curta-Doc A DESunião faz a FORCA! (2022). 3 noites com Maria Eugênia é o seu novo deslocar-se do mundo.

2 poemas de LAÍS ROMERO

MÁTRIA

Meu corpo encontrou um ritmo
meu corpo abrigo
país dos meus filhos
meu corpo ferido frio
corpo dormindo
capataz dos meus delírios
corpo vasto território
corpo de corte e tintura
mapa em relevo da dor
meu corpo sereno
corpo, pelos e suor
meu corpo diz e asseguro
estar a caminho
no presente
e nos medos multiplicação

Meu corpo aberto e preciso
Coragem, eu insisto

ESTUDO Nº 7

Dos teus olhos de âmbar
escapa a minha dança
e sobram outros segredos

Duros aspectos do medo
sinto meu pulso revidar
um ritmo atravessado em garganta e
ainda em dança em dança
no âmbar de nossos anseios

Laís Romero nasceu em Teresina, PI, em 1986. Mestra em Letras pela UESPI e especialista em escrita e criação pela Unifor. Atualmente, trabalha como revisora e editora. Mátria é sua primeira publicação solo